Casa Americana (homenagem à ciudad abierta)

Maria Noujaim, 2019


O trabalho de Maria Noujaim nasce de movimentos conformados entre escultura e linguagem, com investigações sobre forma e poesia. A partir de uma prática que nasce no corpo e carrega uma espacialidade própria através do uso de materiais e desenhos, a artista frequentemente cria movimentos e registra seus correspondentes simbólicos por meio de aplicações de vinil sobre as paredes, em um processo de espacialização da linguagem corporal. No trabalho com intérpretes, a realização das performances se dá a partir da leitura de um sistema de partituras, ampliando a investigação sobre formas de linguagem.


Texto por Maria Noujaim


Casa Americana é uma construção entre dança e arquitetura a partir dos poemas da ciudad abierta - projeto de arquitetura experimental em Ritoque, no Chile. O processo de um descobrimento poético da América, que funda uma habitação e uma cidade é o mote da ação de duas intérpretes que, a partir de materiais coletados em caçambas do bairro, realizam em gestos a aventura de cobrir e descobrir o espaço.

A relação dos gestos com o poema carrega uma memória — lembranças da passagem por Amereida que se misturam com memórias desse continente inventado. Entendo que lembrar e sempre descobrir a América pode ser um gesto poético, que reconfigura uma imaginação da vida nesse território. Andar, construir, se comunicar, simbolizar uma cidade.

As coordenadas espaciais, as metáforas, os materiais engendram o gesto de construir uma possível morada. Aventura que é ao mesmo tempo barco, ilha, terra firme, casa. Uma ação que fala do horizonte de vários pontos de vista, de quem avança e de quem espera, de quem recebe e de quem se lança.


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Créditos das imagens:
01, 02, 03, 04, 05, Pedro Cunha
06 Marina Lima


© Duto
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