unidade como cárcere, unidade como prática de liberdade

André Komatsu, 2019


André Komatsu (1978) nasceu em São Paulo e atualmente vive e trabalha na cidade. Integra a geração que cresceu com a retomada da democracia no Brasil e viu o neoliberalismo ser implementado pelas políticas econômicas nos anos 1990. E é neste contexto que nasce sua obra. O artista questiona as diferentes formas de atuação do homem no mundo, a maneira como lida com o espaço urbano e com os poderes estabelecidos. 

Fotografia:
Henrique Hennies


Texto por André Komatsu



Vivemos em um sistema fechado, de controles tanto físicos quanto psicológicos e econômicos. Sair totalmente desse padrão é quase como uma ilusão, uma utopia. O mundo tem se tornado mais conservador e reacionário, como no Brasil, onde o fascismo é mais declarado. O desmonte de conceitos e leis deixa cada vez mais claro que a lei é regida de acordo com o posicionamento político e econômico que você se enquadra.


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O artista parte da ideia da unidade de construção, o tijolo. Essa unidade funciona como base de fundação para o traçado de um grid feito com cabo de aço. Quando apresentado um elemento isolado, no caso do tijolo único, ele fica enquadrado dentro desse grid (x,y). Ao mesmo tempo, quando esse pensamento é levado adiante onde, em alguns casos, é seguida a normativa do grid, do controle, em outros, esse grid é rompido ao mesmo tempo em que a própria unidade é rompida.

Cria-se também uma outra leitura a partir dessa unidade, quando essa é colocada em um layer acima, que fica fora do grid, como uma prática de coexistência.

O trabalho é um site specific que se adapta a arquitetura, pois depende da planta e dos nivelamentos da laje do espaço expositivo.



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Créditos das imagens:
01, 02, 04, 08 Pedro Cunha
03, 05, 06 Lola Eronis
07 André Komatsu




© Duto
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